segunda-feira, 27 de julho de 2009

Acabando.

Uma vez um professor do Ensiono Médio que eu não ia nem um pouco com a cara, me disse a primeira coisa que pareceu fazer sentido saindo da boca dele: "quanto mais tempo se tem, mais se sente a falta dele". Pois é, eu tive 6 meses de férias e sabe o que eu fiz? Nada! Eu até tentei me sentir culpada com isso, listei coisas que eu poderia ter feito e não fiz, ouvi teorias de que devia ter aproveitado melhor porque com o começo da faculdade acaba a paz, mas não senti nada. Eu não tive 6 meses de férias, mas de tédio. Isso ninguém entende. Eu queria anda à toa e todo mundo tinha que ir pro colégio, eu queria ver um filme e todo mundo ia trabalhar, eu queria acampar e todo mundo queria estudar pro vestibular, pra semana de prova da faculdade, pro raio que o parta.
Não posso reclamar, meus amigos (que são os melhores do mundo), perderam tempo comigo (ou será que ganharem?). Mataram aula, saíram mais cedo do trabalho, perderam uma tarde de estudos pra me ver sorrir. Não fiquei feliz em atrapalhá-los, mas em tê-los por perto. Eu nunca tinha ficado tanto tempo na internet.
Agora essa moleza ta acabando. Mais uma semana e puf! Sumiu! E eu confesso que to sentindo saudade antecipada dela. Não pelo tédio, claro. Mas pelo ir e vir livremente, saber que posso estar com qualquer um deles a qualquer momento me conforta e perder isso agora me tira o sono.
Eu to tentando crescer, seguir em frente, parar de pensar nisso. Porém, eles sabem, e como sabem, eu não sei perder nada que não seja meu tempo com eles.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Lanches semanais e 8 anos mais.

Cheguei em sua casa, como sempre, alguns minutos atrasada achando que o encontraria aflito a minha espera, lezo engano, como sempre ele ainda estava no banho e o processo de revisar os cachinhos no espelho após a troca de roupa não terminaria tão cedo. Como sempre eu fiquei sentada na escada da sala conversando com sua mãe, que, entre histórias e planos dirários (o que explicava perfeitamente de quem ele tinha herdado isso), me fazia dar longas risadas até que ele chegasse e, com o perfume extavagante me dissesse que estava com saudades entre um abraço e outro, ele sempre me diz isso ao me ver, mesmo que tenha me visto um dia antes, mesmo quando me via todos os dias. Confesso que muitas vezes aquele abraço me constrangia, não pela sua intenção, mas pelas presença da mãe dele ali, e era nessa horas que ela quebrava o gelo e o receio dizendo: "eu admiro tanto a amizade de vocês". E assim seguíamos, com o conforto dos braços dados, dos beijos no rosto, dos segredos e sorrisos dados sem motivo aparente (nunca precisamos de motivos maiores que a presença um do outro para termos sorriso verdadeiros estamapados na face) rumo aos hambúrgueres de $1,00, os pãezinhos de queijo e presunto, coca-cola de 600ml e dois pães de mel, por favor! Não sei se cheguei a dizer, mas o pedido idêntico semanal me fazia querer que todo dia fosse nosso. Aqueles eram os únicos dias que eu saía da dieta pra mastigar durante as conversas rumo ao lugar que ele frquenta pra chegar aonde eu estou indo agora. Eram incríveis aquelas tardes, a magia, o amor, a admiração, os ouvidos sempre à postos, a sinceridade a um alcance real, as gargalhadas garantidas assim como a batida forte do coração. Muitos dizem que pra sentir borboletas no estômago precisamos estar apaixonados pelo amor da nossa vida, eu só preciso estar acompanhada do bom papo do meu mehor amigo e sentir que existem mil maneiras de se apaixonar e mil e uma de continuar alimentando isso (mas este já é assunto pra um próximo post).
Entre os sorrisos, olhares e confissões, muitas vezes, quis dizer a ele que eu não queria nunca que aquilo chegasse ao fim, que eu não queria ter que ir embora e lhe deixar apenas com as lembranças daquelas tardes. Essa foi, talvez, a única verdade que não lhe disse. Não por falta de confiança, mas porque eu sei que ele me desenha como um ser forte, e eu não queria estragar essa imagem logo agora que preciso ser como suas expectativas.
Apesar disso, eu sentia que, se um de nós dois morrêssemos naquele instante, não carregaria culpa, eu perderia o corpo ou o veria perder o dele com a certeza de que tínhamos vivido tudo, que tínhamos dito tudo, experimentado todos os sorrisos, conversas e experiências que a vida nos proporcionara até então, eu teria certeza que nossa amizade, nossa eternidade, não acabaria assim. E se a morte não destruiria o nosso elo, o nosso laço de alma, como ele costumava chamar o amor quando começou a sentí-lo, não será 100km que vão destruir.
Sei que meu medo não é esse, sei o quanto somos fortes e inabaláveis, mas eu queria tanto que aquelas tarde durassem pra sempre. Ele não tem idéia da falta que eu vou senti do seu colo, do seu cafuné, da sua voz quando eu achar que meu mundo está para desabar. Eu juro que por ele e mais uns três ou quatro, eu largava tudo, ficava aqui, virava uma planta e criava raiz no pé de cada cama dessas, porém, é exatamente por eu saber que eles acreditam que eu vá em frente, que eu vá vencer, que estou indo.
(Teju, eu sei que nunca vou conseguir organizar os pensamentos, tranformá-los em palavras e construir uma poesia assim como só você faz de um jeito tão único, especial e comovente, eu só to aqui, chorando, lembrando dos seus olhinhos cheios de lágrimas por saudade antecipada, pensando em todas as hitórias que já temos pra contar pros netos, pra te dizer que você faz parte da minha eternidade, você construiu as partes principais do meu eu, você estava lá quando ninguém estava, me ensinou a sorrir quando eu só tive motivos pra chorar, me contou histórias, me ensinou os segredos da vida, discutiu comigo tudo que seria, como seria, porque e pra quê. Hoje, eu quero que tenha a certeza que eu vou estar com você pra sempre, assim como você esteve nesse sempre todo.
Até logo e vou torcer todo dia pra que esse logo chegue logo.
Eu te amo muito.)
Ele não sabe o que quer da vida, sabe aquelas pessoas que não tem a menor noção do que ela mesma vai ser amanhã? Então! E sabe o que mais? É isso que eu mais admiro nele, o viver cada dia, o sonhar com o hoje, o querer o que se tem. Ele não tem a menor noção do que quer da vida, e eu espero que isso nunca mude, pra que se um dia você me perguntar o que eu quero da minha, direi sem pestanejar: ser amiga dele pra sempre!