terça-feira, 4 de agosto de 2009

Só tem dois dias que eu to sozinha, sem meus amigos, meus livros e minha cama, em compensação, meus pensamentos não me deixam em paz, estão aflorados. Ficar sozinho tras idéias, lembranças, planos, dias especiais à tona. Hoje, sentada na praia, observando o mar se desfazer em ondas, lembrei de tantos dias que eu queria de volta, tantos sonhos que eu sonhei e a tanto tempo esqueci, dei tando nó nas minhas idéias, me perdi dentro de mim em tantos momentos... Acho que quando alguém diz que tem medo da solidão, ela não tem medo da solidão propriamente, tem medo do que as próprias idéias podem transformá-la quando estão a sós consigo mesma, eu não, não tenho medo de mim, adoro saber no que eu me transformo a cada dia que passa, é claro que não queria ter que resolver tudo isso sozinha, mas....eu estou sozinha.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Acabando.

Uma vez um professor do Ensiono Médio que eu não ia nem um pouco com a cara, me disse a primeira coisa que pareceu fazer sentido saindo da boca dele: "quanto mais tempo se tem, mais se sente a falta dele". Pois é, eu tive 6 meses de férias e sabe o que eu fiz? Nada! Eu até tentei me sentir culpada com isso, listei coisas que eu poderia ter feito e não fiz, ouvi teorias de que devia ter aproveitado melhor porque com o começo da faculdade acaba a paz, mas não senti nada. Eu não tive 6 meses de férias, mas de tédio. Isso ninguém entende. Eu queria anda à toa e todo mundo tinha que ir pro colégio, eu queria ver um filme e todo mundo ia trabalhar, eu queria acampar e todo mundo queria estudar pro vestibular, pra semana de prova da faculdade, pro raio que o parta.
Não posso reclamar, meus amigos (que são os melhores do mundo), perderam tempo comigo (ou será que ganharem?). Mataram aula, saíram mais cedo do trabalho, perderam uma tarde de estudos pra me ver sorrir. Não fiquei feliz em atrapalhá-los, mas em tê-los por perto. Eu nunca tinha ficado tanto tempo na internet.
Agora essa moleza ta acabando. Mais uma semana e puf! Sumiu! E eu confesso que to sentindo saudade antecipada dela. Não pelo tédio, claro. Mas pelo ir e vir livremente, saber que posso estar com qualquer um deles a qualquer momento me conforta e perder isso agora me tira o sono.
Eu to tentando crescer, seguir em frente, parar de pensar nisso. Porém, eles sabem, e como sabem, eu não sei perder nada que não seja meu tempo com eles.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Lanches semanais e 8 anos mais.

Cheguei em sua casa, como sempre, alguns minutos atrasada achando que o encontraria aflito a minha espera, lezo engano, como sempre ele ainda estava no banho e o processo de revisar os cachinhos no espelho após a troca de roupa não terminaria tão cedo. Como sempre eu fiquei sentada na escada da sala conversando com sua mãe, que, entre histórias e planos dirários (o que explicava perfeitamente de quem ele tinha herdado isso), me fazia dar longas risadas até que ele chegasse e, com o perfume extavagante me dissesse que estava com saudades entre um abraço e outro, ele sempre me diz isso ao me ver, mesmo que tenha me visto um dia antes, mesmo quando me via todos os dias. Confesso que muitas vezes aquele abraço me constrangia, não pela sua intenção, mas pelas presença da mãe dele ali, e era nessa horas que ela quebrava o gelo e o receio dizendo: "eu admiro tanto a amizade de vocês". E assim seguíamos, com o conforto dos braços dados, dos beijos no rosto, dos segredos e sorrisos dados sem motivo aparente (nunca precisamos de motivos maiores que a presença um do outro para termos sorriso verdadeiros estamapados na face) rumo aos hambúrgueres de $1,00, os pãezinhos de queijo e presunto, coca-cola de 600ml e dois pães de mel, por favor! Não sei se cheguei a dizer, mas o pedido idêntico semanal me fazia querer que todo dia fosse nosso. Aqueles eram os únicos dias que eu saía da dieta pra mastigar durante as conversas rumo ao lugar que ele frquenta pra chegar aonde eu estou indo agora. Eram incríveis aquelas tardes, a magia, o amor, a admiração, os ouvidos sempre à postos, a sinceridade a um alcance real, as gargalhadas garantidas assim como a batida forte do coração. Muitos dizem que pra sentir borboletas no estômago precisamos estar apaixonados pelo amor da nossa vida, eu só preciso estar acompanhada do bom papo do meu mehor amigo e sentir que existem mil maneiras de se apaixonar e mil e uma de continuar alimentando isso (mas este já é assunto pra um próximo post).
Entre os sorrisos, olhares e confissões, muitas vezes, quis dizer a ele que eu não queria nunca que aquilo chegasse ao fim, que eu não queria ter que ir embora e lhe deixar apenas com as lembranças daquelas tardes. Essa foi, talvez, a única verdade que não lhe disse. Não por falta de confiança, mas porque eu sei que ele me desenha como um ser forte, e eu não queria estragar essa imagem logo agora que preciso ser como suas expectativas.
Apesar disso, eu sentia que, se um de nós dois morrêssemos naquele instante, não carregaria culpa, eu perderia o corpo ou o veria perder o dele com a certeza de que tínhamos vivido tudo, que tínhamos dito tudo, experimentado todos os sorrisos, conversas e experiências que a vida nos proporcionara até então, eu teria certeza que nossa amizade, nossa eternidade, não acabaria assim. E se a morte não destruiria o nosso elo, o nosso laço de alma, como ele costumava chamar o amor quando começou a sentí-lo, não será 100km que vão destruir.
Sei que meu medo não é esse, sei o quanto somos fortes e inabaláveis, mas eu queria tanto que aquelas tarde durassem pra sempre. Ele não tem idéia da falta que eu vou senti do seu colo, do seu cafuné, da sua voz quando eu achar que meu mundo está para desabar. Eu juro que por ele e mais uns três ou quatro, eu largava tudo, ficava aqui, virava uma planta e criava raiz no pé de cada cama dessas, porém, é exatamente por eu saber que eles acreditam que eu vá em frente, que eu vá vencer, que estou indo.
(Teju, eu sei que nunca vou conseguir organizar os pensamentos, tranformá-los em palavras e construir uma poesia assim como só você faz de um jeito tão único, especial e comovente, eu só to aqui, chorando, lembrando dos seus olhinhos cheios de lágrimas por saudade antecipada, pensando em todas as hitórias que já temos pra contar pros netos, pra te dizer que você faz parte da minha eternidade, você construiu as partes principais do meu eu, você estava lá quando ninguém estava, me ensinou a sorrir quando eu só tive motivos pra chorar, me contou histórias, me ensinou os segredos da vida, discutiu comigo tudo que seria, como seria, porque e pra quê. Hoje, eu quero que tenha a certeza que eu vou estar com você pra sempre, assim como você esteve nesse sempre todo.
Até logo e vou torcer todo dia pra que esse logo chegue logo.
Eu te amo muito.)
Ele não sabe o que quer da vida, sabe aquelas pessoas que não tem a menor noção do que ela mesma vai ser amanhã? Então! E sabe o que mais? É isso que eu mais admiro nele, o viver cada dia, o sonhar com o hoje, o querer o que se tem. Ele não tem a menor noção do que quer da vida, e eu espero que isso nunca mude, pra que se um dia você me perguntar o que eu quero da minha, direi sem pestanejar: ser amiga dele pra sempre!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Quase adeus!

É, ta chegando a hora. Daqui a pouco eu vou retirar os sorriso pregados no mural de fotos, encaixotar meus livros, dobrar as roupas e apertá-las dentro de uma mala tão cheia de sonhos que quase não reserva lugar pras vestimentas físicas. Daqui a pouco eu vou dizer adeus, fechar a porta de casa e correr pro mundo lá fora, pra esse mundão que me espera desde que eu me entendo por gente e quero ser grande pra entrar na Universidade. Tenho a estranha sensação de ganho e de perda. A estranha visão da enorme montanha que escalei pra chegar até aqui e, agora que achei que estivesse no topo, vejo uma montanha muito mais alta que provavelmente tem uma vista muito melhor lá de cima, quando eu chegar no topo...Ah! Quando eu chegar lá sei que serei uma nova pessoa, sinto que tanta coisa vai mudar aqui dentro... Mas eu estou pronta, a casa hora que passa me sinto mais preparada pra alçar esse vôo, pra fechar os olhos e me jogar nessa vontade, e, mesmo sem ter asas, ter a certeza de que sairei voando.
Claro que a saudade vai apertar. Eu costumava pensar que não, que ia ser tudo tão novo, tão como eu sempre quis que nem ia ter tempo pra esse sentimento brasileiro. Mas vi que não. Vai doer não levar uns certos algués pro cursinho, buscar na escola, bater perna em plena quarta à tarde, jogar conversa fora nas segundas, passar os dias na internet e ter aquele horário de quinta feira reservado pra filmes e passeios no contry. Ai! Chega a dar pontada no peito, mas entendam, é necessário. Quando eu fechar a porta da casa, eu não vou só conhecer todos os lugares que eu quiser, sentir todos os gostos e cheiros que eu imaginar, absorver todo conhecimento como uma esponja, eu vou me encontrar, vou me conhecer, vou atrás das minhas certezas, vou atrás de mim. Essas que vos fala sou eu, entendam, mas não sou eu em forma completa. Sou o que vocês, nossas experiências e vivências me transformaram, mas a partir de daqui a pouco eu vou ser o que eu sempre quis ser e mal posso esperar pra estar na platéia onde eu mesma assumo o espetáculo como personagem principal.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Falei!

Olha, calma. Espera, eu vou falar. To falando já. Deixa de ser chata, ta aki na pontinha da língua, mais dois segundos e eu crio coragem. É...bem...eu não sei como te falar issom sabe? É difícil pra mim deixar que as pessoas vejam quem eu realmente sou. Ain... Lá vai: eu tenho ciúmes de você, morro. Mas eu juro que não queria sentir isso. Eu sei que tenho muitos amigos e falo com outras pessoas, mas quando eu vejo você dando atenção pra alguém que não seja eu, eu fico com medo de você acabar gostanhdo mais da outra pessoa do que de mim, com medo de ela ser mais importante que eu e ter um espaço maior na sua vida e em você que o meu.
Pronto falei!
Ah! Me desculpa, eu não queria sentir nada disso sei que é infantilidade minha. Mas fazer o que se eu ainda não aprendi a dividir? Será que você pode me ensinar? Será que você pode me ajudar?
Quando temos ciúmes achamos que amamos demais. Lezo engano! Amamos de menos, o amor é jovem, inseguro, precisa de adubo. E pra isso, uma hora ou outra você precisava saber o que eu sinto, pra gente adubar nosso amor.
Até porque eu não aguentava mais sumir e te ignorar toda vez que sinto isso.
Agora você já sabe o motivo e a verdade que nunca quis que ninguém soubesse: esse meu medo de perder sempre.
Perdão por não ter contado antes, é que fiquei com medo de você nãos gostar mais de mim.
Se isso acontecer, eu juro, eu vou entender. Mas me avisa com antecedência pra eu tentar me acostumar sem você, porque eu já tentei, mas até agora não deu...

domingo, 31 de maio de 2009

Adeus.

Pra cada amigo que digo adeus, parece que arrancam um pedaço de mim e levam com as palavras. E assim, pouco a pouco, vou perdendo minhas características, vou deixando de ser eu pra me transformar numa coisa que eu não sei o que é, só sei que é um sorriso no rosto a menos que os dias que passamos juntos.


Para Cicero e Raissa.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

O final dos Livros.

Tirando os da escola, eu odeio terminar um livro. Tenho um sério problema com isso. Seríssimo, eu diria. Fico imaginando como a história que o autor deu fim continua até hoje, sinto saudades do personagem, invento falas e situações novas pra eles, às vezes, fico me sentindo um deles e achando que minha vida é igual a dele. Acho que isso é escrever bem, não sei, pode ser minha culpa, que viajo demais na leitura, ou do autor, que escreve de uma maneira viciante. Quando li "A menina que roubava livros" ia toda noite pro porão junto com ela e o pai dela pintar as letras na parede, senti cada dor do Marcelo em "Feliz Ano Velho", ajudei a pintar a Avenida Paulista de vermelho no caminhão do corpo de bombeiros em "Blecaute", fui internada num hospício junto com a "Verônika decide morrer", comecei a entender a alma das putas em "As travessuras da menina má", tive um medo horripilante em "Eu sou o Mensageiro", fiquei sufocada por alguns minutos igual ao "Menino do Pijama Listrado", achei que em outra vida, minha vida foi como "Água para elefantes", tive receio de olhar nos olhos do "O homem que conhecia as mulheres" e ele adivinhar o que eu tava pensando , viajei o mundo com a Maîte em "Uma vida inventada", to tão curiosa quanto o Daniel pra descobrir o mistério de "A sombra do vento", fiz terapia diária de grupo em "Férias", decidi nunca mais teclar com desconhecidos depois de "Uma bebida e um amor sem gelo por favor", percebi o quão útil e chata é uma DR em "Eu sei que vou te amar" e, juro que quase perdi a vontade de ter filhos, pra não ter que um dia perdê-los como o pai de "Relato de um amor". E esses são só os livros que me lembro agora. E, mesmo sem querer, mesmo parecendo uma louca, me sinto um pouco de cada história dessa, eu não li, eu vivi com eles.
Eu já até pensei em fazer um protesto, para que todos os autores continuassem os seus livros, poxa. Custava me contar como foi que tudo continuou depois do fim? Será que os autores, mesmo com toda a sabedoria que possuem, não perceberam ainda que o fim é só um recomeço? Ta decidido, eu vou continuar inventando a vida de cada um dos personagens que eu ler, e nem venham me dizer que eu to pirando.
Quem sabe um dia, quando chegar o fim dessa minha história, eu não os encontre e a gente sente pra tomar um café com bolo de chocolate enquanto eles me contam como anda a vida e tudo que aconteceu desde que decidiram parar de contar a nossa história.