Tirando os da escola, eu odeio terminar um livro. Tenho um sério problema com isso. Seríssimo, eu diria. Fico imaginando como a história que o autor deu fim continua até hoje, sinto saudades do personagem, invento falas e situações novas pra eles, às vezes, fico me sentindo um deles e achando que minha vida é igual a dele. Acho que isso é escrever bem, não sei, pode ser minha culpa, que viajo demais na leitura, ou do autor, que escreve de uma maneira viciante. Quando li "A menina que roubava livros" ia toda noite pro porão junto com ela e o pai dela pintar as letras na parede, senti cada dor do Marcelo em "Feliz Ano Velho", ajudei a pintar a Avenida Paulista de vermelho no caminhão do corpo de bombeiros em "Blecaute", fui internada num hospício junto com a "Verônika decide morrer", comecei a entender a alma das putas em "As travessuras da menina má", tive um medo horripilante em "Eu sou o Mensageiro", fiquei sufocada por alguns minutos igual ao "Menino do Pijama Listrado", achei que em outra vida, minha vida foi como "Água para elefantes", tive receio de olhar nos olhos do "O homem que conhecia as mulheres" e ele adivinhar o que eu tava pensando , viajei o mundo com a Maîte em "Uma vida inventada", to tão curiosa quanto o Daniel pra descobrir o mistério de "A sombra do vento", fiz terapia diária de grupo em "Férias", decidi nunca mais teclar com desconhecidos depois de "Uma bebida e um amor sem gelo por favor", percebi o quão útil e chata é uma DR em "Eu sei que vou te amar" e, juro que quase perdi a vontade de ter filhos, pra não ter que um dia perdê-los como o pai de "Relato de um amor". E esses são só os livros que me lembro agora. E, mesmo sem querer, mesmo parecendo uma louca, me sinto um pouco de cada história dessa, eu não li, eu vivi com eles.
Eu já até pensei em fazer um protesto, para que todos os autores continuassem os seus livros, poxa. Custava me contar como foi que tudo continuou depois do fim? Será que os autores, mesmo com toda a sabedoria que possuem, não perceberam ainda que o fim é só um recomeço? Ta decidido, eu vou continuar inventando a vida de cada um dos personagens que eu ler, e nem venham me dizer que eu to pirando.
Quem sabe um dia, quando chegar o fim dessa minha história, eu não os encontre e a gente sente pra tomar um café com bolo de chocolate enquanto eles me contam como anda a vida e tudo que aconteceu desde que decidiram parar de contar a nossa história.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
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BOm,tava dando uma olhada nos blogs por aí,e eu resolvi procurar sobre a amenina que roubava livros,livro o qual eu já li e tambem adforei!Há!Tambem li8 sobre eu sou o mensageiro.Markus Zusak é foda mesmo né?
ResponderExcluirEntao,aí eu ja tinha posttado sobre a menina que roubava livros,e foi por issso que eu tava fazendo busca na net:para ver o livro por outros olhares.
SE se interessarndá uma passadinha lá no meu.
abraço
Ha!e gostei do topo do blog heim.....
o fim de um bom livro é proposital, pra deixar esse gostinho bom.. pra gente fazer o nosso proprio final... mas eu acho que o final mesmo é o que menos importa... o que importa mesmo é o que a gente aprende a cada pagina, quando a gente pensa "caramba, parece que foi escrito pra mim" e foi, pq cada bom autor tem o coração compartido com o mundo e sempre deixa nas suas letras vestigios humanos que compactam com a gente.
ResponderExcluirisso sempre acontece comigo quando venho aqui!!
livros nao sao como amores, terminam quando tem que terminar pra ficar a saudade, a vontade de voltar. se acaba um livro pra que se possa começar outro e toda vez que se acaba, de alguma forma, a gente ama mais, e mesmo assim é preciso seguir a saga de outros livros, outros titulos, outros autores.
ResponderExcluirBJ
o vim da sua historia vai ser do meu lado amor
ResponderExcluirte amo